Ártico

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Michael Porter cria novo indicador para medir Progresso Social


Durante a Conferência Ethos 2013, o renomado professor de estratégia de Harvard, Michael Porter, divulgou o seu recém lançado IPS - Índice de Progresso Social. Ele, que durante toda a sua carreira trabalhou com indicadores econômicos, reconheceu que não é só de economia que vive a humanidade e "o progresso social também induz o desenvolvimento". O Brasil aparece em 18º lugar no ranking geral de 50 nações avaliadas pelo Instituto Social Progress Imperative.

Um grande problema dos gestores de sustentabilidade é ter que lidar com tantos indicadores desalinhados. "É preciso que os indicadores possam dialogar entre si", disse Paulo Itacarambi, presidente do Ethos, que lançou sua 2a. geração de indicadores, alinhados com os ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, instituídos pela Rio+20, e fará o mesmo com o IPS e a equipe de Porter. “Dessa forma as empresas não têm de coletar os mesmos dados com caminhos e metodologias diferentes”, explicou.

Entretanto, o IPS traz problemas de aplicabilidade num país de grandes diferenças regionais. Segundo Vera Masagão, presidente da Abong, “Dados como o bem estar e garantias de direitos, além dos trabalhos realizados por centenas de ONGs por todo o país, não estão ainda refletidos”.

Para José Penido, do Conselho de Administração da Fibria, muitas informações por trás de indicadores merecem um olhar mais humano. Por exemplo, no trânsito, acidentes são relatados como vetores de congestionamentos e não como fatos que levam à morte de pessoas. “Morrem dois motoqueiros por dia em São Paulo e isso não sensibiliza as pessoas”. 

Porter ainda enfatizou que as empresas são o grande vetor de transformação social, pois detêm capital, conhecimento, tecnologia e visão estratégica. A mensagem que fica é que não basta às empresas atuar para reduzir seus riscos. É preciso que participem com inovações sociais e criação de soluções.

Fonte: http://www3.ethos.org.br/ce2013/progresso-economico-depende-do-desenvolvimento-social/

O papel dos Conselhos de Administração para disseminar a Sustentabilidade nas empresas

REPRODUZINDO IMPORTANTE PALESTRA DA CONFERÊNCIA ETHOS 2013



Com o papel de levar para dentro das empresas as agendas da sociedade, os Boards têm o desafio de deixar um legado, engajando executivos com a sustentabilidade
A necessidade de tornar transversal o tema da sustentabilidade nas empresas já é um consenso entre as corporações. Compreender qual o papel dos conselhos de administração nessa tarefa foi o objetivo do painel “Encontro Santander de presidentes de conselho de administração: A decisão estratégica e o modelo de negócio sustentável. Da visão para a ação”, promovido na manhã do segundo dia da Conferência Ethos 2013. As soluções propostas incluem condicionar a remuneração variável às metas de sustentabilidade, exigir dos conselheiros conhecimentos no tema e a troca de experiências entre as instituições. Contudo, todos os pontos convergem para uma única afirmação, a qual nenhum dos lideres presentes titubeou em referendar: é fundamental engajar as pessoas.
Celso Giacometti, vice-presidente do Conselho de Administração do Santander, lembrou a todos os presentes que abordar ou não a sustentabilidade já não é uma questão em nenhum conselho, mas sim como fazê-lo. “Temos que entrar no jogo, apoiar e estar capacitados”, enfatizou.
Presidente do Conselho de Administração do Grupo Promon há 37 anos, Luiz Ernesto Gemignani relatou que na empresa o mecanismo utilizado para conseguir esse engajamento é o condicionamento da remuneração variável dos colaboradores às metas de sustentabilidade. “Além disso, quando entram na empresa, todos são convidados a adquirir ações. Hoje, cerca de 80% dos nossos funcionários são acionistas. Se eles se desligam da empresa, são obrigados a vender as ações”, explicou.
A necessidade de os conselheiros cuidarem para que as pessoas tenham espaço para propor suas ideias foi destacada por José Édison de Barros Franco, presidente do Conselho de Administração da InterCement que já participou de 22 conselhos diferentes. “Falar de inovação é falar de gente. Isso não é diferente na área de sustentabilidade. Acredito que o tema ‘pessoas’ deve ser visto principalmente do ponto de vista de gestão participativa, para que as pessoas possam levar suas ideias e opiniões”. Com base em sua experiência ele ainda enfatizou: “a diversidade é muito importante para transportar as experiências das diferentes empresas umas para as outras. A troca tem um impacto muito grande”, complementou.
Lembrando da dinamicidade dos conselhos, que trocam seus membros periodicamente, Giacometti falou do trabalho que deve ser dispensado para perpetuar os temas da sustentabilidade. “Tem que ficar impregnado. O conselheiro tem que tentar deixar um legado. Entendo que a verdadeira missão está em engajar pessoas como os gestores”. Ele comenta ainda que ao longo de sua trajetória no banco ele já pode observar mudanças de comportamento. “Houve um tempo em que ter apenas um integrante do conselho versado nos temas de finanças era suficiente. Hoje, todos têm que ter conhecimento neste assunto. Estou vendo o mesmo acontecer com a sustentabilidade”, afirmou.
Para Sérgio Mindlin, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, é papel dos conselhos trazer para dentro das empresas as agendas do país. Ele relacionou a necessidade de integração com o modelo antigo de se fazer economia. “A ideia de que as empresas podem não se envolver com a agenda do país é um pouco semelhante à ideia dos economistas de algum tempo atrás, que dizia que os sistemas produtivos não precisavam se importar com o que estava antes e depois de seus processos. Hoje, não é mais possível isolar um sistema. Vivemos em um mundo interligado. Se algo não vai bem, nada vai bem”, destacou.
Esta interligação foi também lembrada na análise de Luiz Ernesto, que enfatizou: “Nem as espécies evoluíram somente com a competição, elas cooperam entre si. As pessoas precisam estar genuinamente convencidas de o todo é mais importante do que a parte e que cooperar é mais importante do que competir”.
Por Alice Marcondes, especial para o Instituto Ethos
http://www3.ethos.org.br/ce2013/conselhos-empresariais-e-a-missao-de-engajar-pessoas/

Como a BIG DATA deve ser usada pelo Marketing

A área de Marketing sempre foi ultra-tecnológica. E com a BIG DATA estamos falando de processar um volume de dados e com uma velocidade que os atuais sistemas de Database Marketing não suportam. É necessária uma nova arquitetura e - por que não - talvez um novo cargo na estrutura organizacional: o Analista de Big Data. 



Segundo a The Economist, essas são as competências que os profissionais de marketing precisarão dominar. A Big Data está no topo.
















A curva de demanda dos consumidores só irá aumentar: quanto mais informações gerarem, mais informação vão querer, e de imediato, nos seus dispositivos móveis, acessíveis a qualquer hora e qualquer lugar, personalizadas e relevantes para seu perfil específico. 

Algumas Leis da Big Data:

#1 - Rapidez na análise dos dados é essencial, reagindo em tempo real e ganhando assim melhor capacidade preditiva

#2 - Excesso de backups e armazenamentos só vai dificultar o manejo e trazer redundância de dados

#3 - Quanto mais diversas as fontes, mais ricos os dados 

#4 - Os dados vão proporcionar valor para além do esperado, não descarte nada

#5 - Prepare-se para crescimento exponencial dos dados; quanto mais usar sensores de redes via GPS, smartphones e tablets, mais vai aumentar o volume

#6 - Bote os dados a serviço de resolver problemas reais do seu negócio

#7 - Quanto mais gente puder analisar os dados dentro da organização, melhor. Olha a gestão do conhecimento! 


Na prática, como lidar com isso na atividade de Marketing? Vão algumas dicas:

- Escolha um problema específico que deseja resolver pela análise dos dados; senão, vai perder o foco e se perder. 

- Olhe os dados sob uma nova perspectiva, não a forma habitual e viciada.

- Entenda o caminho que o consumidor percorre nas redes e estabeleça sua presença nele, garantindo que será achado: investir em site, otimização de busca orgânica, fan page e monitoramento de redes sociais. Sincronize os seus vários canais, pois o consumidor não pensa neles, mas sim na Marca. 



Algumas ferramentas para analisar o caminho e comportamento do internauta

- Invista em "marketing de algoritmo" automatizado, para processar volumes de dados massivos, em processos de auto-aprendizado. Estatísticas preditivas, language mining (rastrear palavras-chave e fazer atualizações a cada 15 segundos baseado na mudança de termos de busca orgânica), custos de anúncios (social ads, links patrocinados) ou comportamento do internauta (de onde veio, o que viu, para onde foi). Permite mudar instantaneamente preços de milhares de produtos, baseado nas preferências do cliente, comparativos de preço, inventário de estoques e análise preditiva. 

- Entregue para o funcionário na ponta do processo uma informação simples, e não uma montanha de dados. Desenvolva a análise e comunique apenas o resultado final e recomendações de ações naquele cenário, para o atendente ou força de vendas. 

- Personalize a mensagem: você descobre o perfil do cliente por pesquisas anteriores de produtos, a frequência e a natureza de compras já feitas, anúncios ou ofertas nos quais ele clicou, preferências demonstradas de serviços (por exemplo, numa cia aérea, o tipo de assento que costuma escolher ou o meio de check-in que utiliza). Mensagens personalizadas dão ROI 5 a 8 vezes maior e são 10% mais eficazes para fechar transações.  

- Não faça upselling ou cross-selling com ad-ons cedo demais, senão irritará o cliente. Oferecer extras que encarecem a compra original tem que encontrar o consumidor com esse perfil e entrar em cena na hora apropriada, senão retorna ao odiável marketing de interrupção e empurroterapia. 

- Não estabeleça conjunto de regrinhas. Isso nunca vai funcionar com milhões de consumidores, se deseja personalizar a experiência. Tem que usar análises automatizadas e de aprendizado permanente. Big Data, só com hi-tech e estatística altamente sofisticada. 

Não se trata de mais um modismo. É a natural evolução do CRM, e se bem feito, vale o investimento. Mas lembre-se: estamos falando de uma era de envolvimento sem precendentes, dentro da web 2.0. Veja no gráfico abaixo a migração de uma cultura de anúncio/monólogo/massa e depois segmentação/targetting para um novo conceito proporcionado pela alta tecnologia de personalização/diálogo/colaboração. 



Fontes: 
http://www.forbes.com/sites/davefeinleib/2012/07/24/big-data-trends/
http://www.forbes.com/sites/mckinsey/2013/07/22/big-data-analytics-and-the-future-of-marketing-sales/
http://www.forbes.com/sites/gyro/2013/06/03/using-big-data-to-target-the-right-consumers-with-the-right-offers/2/






quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O que o turbilhão da BIG DATA vai fazer com seu trabalho

O assunto do momento é BIG DATA, também referida como "a internet das coisas". Trocando em miúdos, o dia em que não tomaremos mais decisões com base intuitiva ou debruçados em pesquisas, deixando por conta de um processamento poderoso e cruzado de dados a escolha do melhor curso de ação. Isso vai valer para as estratégias de marketing, a gestão das cadeias de fornecimento e até a medicina.
O mundo físico transforma-se num sistema de informações, com sensores e atuadores embutidos em objetos (que podem até ser matérias-primas), interconectados por uma gigantesca rede, via protocolos IP. 
Na produção, por exemplo, processos que se auto-gerenciam, onde produtos "inteligentes" podem tomar medidas corretivas e evitar falhas, e os insumos serão automaticamente reabastecidos nos estoques. Essa tecnologia já existe, na Alemanha, e prenuncia a 4a Revolução Industrial. Na produção enxuta (Lean), a fábrica mantém estoques mínimos e os insumos estão constantemente viajando pelo planeta, chegando em 24h. Na Indústria 4.0, o sistema terá que se ampliar além dos limites de fábricas individuais e interconectar múltiplas fábricas ou mesmo regiões do globo. Um desafio de integração de cadeia de valor e logística sem precedentes. 
Outro desafio é criar uma arquitetura de rede e algorítmos que consigam interligar os dados de milhões de ítens e assegurar que tudo funcione com estabilidade e sincronia, ao longo de toda a cadeia de fornecimento. Veja um exemplo: um pedaço de metal sabe que fará a peça X que vai ser colocada no produto Y para o consumidor Z. Esse insumo sabe desde o começo para quem é endereçado e toda a informação de onde e quando será processado. Uma vez que entra na máquina, ele próprio identifica desvios, determina quando está pronto e sabe como vai chegar ao consumidor. Uau ! 
Agora pense em modelos de negócio: para o consumidor, quem é o "pai" do produto final? O designer, o fabricante ou a organização que gerencia o sistema de informações do produto? No passado, empresas como Nike já haviam separado o design da fabricação. 



Quem faz o que no cenário da Big Data - Fonte: Forbes

Na arena do Marketing, será mesmo necessário entender por que o cliente faz o que faz? O mundo digital oferece fartura de dados e facilidade de rastrear informação. Os clientes diariamente relatam preferências, vivências, realizam buscas e produzem conteúdos. Hoje esses dados estão desorganizados, mas os sistemas de Big Data poderão estruturar e analisar as informações, permitindo processos auto-reguladores - que decidem de forma orgânica o envio de mensagens promocionais, alocação dos investimentos e formatos, informações mais detalhadas que são do interesse do consumidor e até micro-mercados onde vale mais a pena concentrar esforços. Um estudo da McKinsey mostrou um aumento de 15 a 20% no ROI das estratégias de marketing de empresas que usam Big Data, equivalente a US$ 150 a 200 bilhões de valor adicionado sobre orçamentos globais de US$ 1 trilhão. 

O "marketing de algoritmo" será a nova fronteira das empresas, mas tem suas armadilhas. Não sabendo usar massas de informação - provenientes do histórico de transações, das mídias sociais, da própria empresa, de fontes públicas e universidades -, o gestor mais se perde do que se resolve. 
Mas isso é papo para outra postagem.