Ártico

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O COMPUTADOR VAI MIGRAR PARA OS SEUS OLHOS

Cientistas belgas da Universidade de Ghent acabam de inventar lentes de contato com uma tela LCD usando novos polímeros condutores, que foram moldados numa superfície curva com camadas ativas. A nova lente é o começo de uma revolução que está a caminho. 

Se pensarmos bem, os dispositivos digitais vem se aproximando cada vez mais do corpo humano. Primeiro foram os mainframes e computadores em salas enormes; depois teclados e monitores sobre a mesa do quarto; a seguir passaram para os laptops no nosso colo; depois os smartphones e tablets na palma da nossa mão. Em breve, chegarão aos nossos olhos e ouvidos, por meio de óculos e chips implantados atrás das orelhas. 

Várias empresas como Google, Microsoft e Apple já solicitaram patente de óculos com funções computacionais embutidas. Os do Google já serão lançados no começo de 2013. 

Sarah Jessica Parker experimenta o modelo do Google
Protótipo da Microsoft
As lentes de Ghent poderão em breve mudar a cor dos olhos do usuário, funcionar como óculos de sol ou proteger uma íris danificada da luz forte. Mas com o avanço da tecnologia, elas poderão se tornar displays, sobrepondo uma imagem sobre a vista normal do indivíduo. Essa "tela no olho" pode vir a desbancar o smartphone como o meio dominante das pessoas acessarem a web e se conectarem umas com as outras. 

E não vai ficar por aí não. Como os milhões de apps para celulares existentes, também podemos imaginar milhões de aplicativos para esse computador tão perto do nosso cérebro quanto uma lente de contato: na estrada, funcionando como um GPS; estatísticas enviadas para um atleta durante a partida; crachás virtuais para melhorar o networking em eventos sociais ou profissionais; letras de música flutuando acima do palco num show; legendas numa conversa com um estrangeiro à sua frente, em tempo real; jogos mais imersivos, arte visual ou narrativas em 3D. Enfim, as idéias dos programadores num sistema de crowdsourcing não terão sem limites. 



Leia mais: http://www.businessinsider.com/this-screen-that-fits-on-your-eye-foretells-the-end-of-the-smartphone-era-2012-12#ixzz2FXGtR4hV

sábado, 15 de dezembro de 2012

NÃO VEM QUE NÃO TEM ! A GRITARIA NA WEB GANHA MUSCULATURA E BLOQUEIA PROJETOS



O Rio de Janeiro tem sido palco de embates virulentos da sociedade contra os desmandos do poder público, especialmente graças às redes sociais. Apesar de ter sediado a Rio+20, e por causa dos investimentos para a Copa e Olimpíadas, começaram a pipocar mega-projetos que por todos os lados agridem a paisagem e até áreas de proteção ambiental.

É o caso do polêmico Cais em Y que a Cia.Docas quer por força construir, criando um paredão de navios que é uma ameaça à visibilidade do espelho d’água da Baía de Guanabara, do Mosteiro de São Bento e de armazéns do porto (bens tombados pelo patrimônio histórico) e do caríssimo Museu do Amanhã que está em construção. Além de não ter o EIA-RIMA (estudo de impacto ambiental) o cais também têm impacto urbanístico negativo. Outras regiões portuárias revitalizadas como Barcelona e Puerto Madero/B.Aires não há confronto entre a escala residencial e a de equipamentos como hotéis e escritórios, mas uma harmonização; o diálogo entre a arquitetura e os vazios está bem resolvido, e uma das consequências é a vista ampla para a água. 

O Museu do Amanhã teve que obedecer um gabarito máximo de 15m, então é impensável que navios de até 60m de altura possam atracar bloqueando as vistas e o vento. A "desculpa" era aumentar a capacidade de hospedagem da cidade durante os eventos esportivos, mas não convenceu nem arquitetos, nem urbanistas, já foi alvo de ação na justiça pelo PV, reportagens e pronunciamentos do próprio Prefeito e do Presidente do COB sobre não estarem previstos no termo de compromisso das Olimpíadas ou da Copa. 

Mas na surdina, o governo estadual encaminhou um projeto para a Assembléia Legislativa com pedido de urgência querendo que em apenas 4 dias se votasse uma flexibilização perigosa nos processos de licenciamento ambiental. Por exemplo, não exige a divulgação em jornais do estudo de impactos, que também só seria feito por projetos acima de 100 hectares em áreas onde não há infraestrutura. Hoje se exige para áreas acima de 50 hectares ou menores mas que estejam próximas de unidades de conservação ou áreas sensíveis. Veja o filme do premiado jornalista André Trigueiro, expert e pioneiro na cobertura de sustentabilidade:


Dois dos mais polêmicos projetos envolvem o Campo de Golfe Olímpico e o futuro Hotel Grand Hyatt na Barra da Tijuca, ambos em áreas na Praia da Reserva, uma APA que foi descaracterizada pela Câmara dos Vereadores em 2005, criando "retalhos" vendáveis a interesses imobiliários. Ambos tem sido alvo de passeatas de protesto em 3 finais de semana consecutivos e filmes no YouTube e FB (inclusive do grupo Anonymous), o que levou a Alerj a suspender a votação e marcar uma Audiência Pública para o início da próxima semana.