Ártico

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

[PLANETA] Retrocausalidade: o futuro criando o presente


Você com certeza já ouviu falar do projeto do CERN, que pretende recriar o Big Bang em laboratório. Depois de 15 anos e US$9 bilhões investidos o Large Hadron Collider ficou pronto em 2008... e explodiu. Muitos cientistas e ambientalistas tentaram barrar o projeto, temendo que um gigantesco buraco negro engolisse a Terra. Mas outros cientistas renomados, como Stephen Hawking e Lisa Randall, afirmam que as experiências foram meticulosamente estudadas e revisadas e tudo estaria sob controle. Apesar das alegações de uma suposta criação de um buraco negro, o que de fato poderia ocorrer seria a formação de strange quarks. Uma reação em cadeia na qual todo o planeta seria transformado em uma espécie de matéria estranha.

De repente, surge uma nova e inesperada teoria: a de que o futuro está impedindo o funcionamento da máquina no presente – também conhecida como Retrocausalidade (Backward Causation) - uma espécie de teoria do destino. Holger Nielsen (Niels Bohr Institute/Copenhagen) e Masao Ninomiya (Yukawa Institute for Theoretical Physics/Japão), defendem essa teoria em uma série de artigos: “Test of Effect From Future in Large Hadron Collider: a Proposal” e “Search for Future Influence From LHC”. Um evento que o Dr. Nielsen chama de "anti-milagre": "Bem, alguém poderia dizer que temos uma teoria de Deus". Com afirmações dessa ordem os cientistas prevêem que todos os estudos nessa área sofrerão fracassos, pois ELE não estaria permitindo... Isso explicaria também porque o projeto United States Superconducting Supercollider foi cancelado em 1993, depois de ter gasto bilhões de dólares.

Para nós, causa e efeito pertencem à mesma linha de tempo, e nessa ordem. Mas, desde os anos 50, filósofos e cientistas como Michael Dummett, Anthony Flew, Kant e Max Black discutem a possibilidade da Retrocausalidade (o efeito acontecer antes da causa) e suas contradições. Lançando um olhar metafísico e acreditando que existam universos paralelos (estudados pela Física Quântica), podemos considerar que passado, presente e futuro são percepções que os humanos têm do tempo que experimentam. Mas a metafísica acredita que o futuro não é algo por vir, ele existe agora, embora num outro plano, ainda que não seja possível para nós acessá-lo. Exemplo: se tentarmos impedir a causa X de gerar o efeito Y no futuro, mas ele acontecer assim mesmo por outras causas, poderíamos supor que Y já existe, é um fato imutável, não importa o que façamos. Já ouviu a frase: “Você encontra o seu destino justamente nos caminhos que tomou para evitá-lo” ou o termo “Profecia Auto-Realizável”? São a tradução intuitiva para essa questão.

Agora inverta o sentido do tempo: se o efeito Y acontecesse antes da causa X, significa que ele já existe, então será impossível impedir X. Isto é a Retrocausalidade. Não confundir com viagem no tempo. Nesta, se usássemos um relógio, ele continuaria a girar no sentido normal, seguindo a linha causa-efeito tradicional. No caso da Retrocausalidade, os ponteiros inverteriam a direção.

O assunto é complexo, fascinante, bastante embasado em demonstrações matemáticas e mecânica quântica, sobre dobras no tempo, micro-partículas como Tachyons, campos magnéticos etc.
E nós aqui só preocupados com o Aquecimento Global ...

[PLANETA] O líquido mais caro do mundo


Voce sabe o que custa R$ 13.575,00 o litro ? Não, não é o produto da foto...


Resposta: Tinta de Impressora! Já fez o cálculo?


A "Grande Sacada" dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora. Veja: pode compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos. Exemplo: uma HP DJ3845 é vendida nas lojas por aproximadamente R$ 170,00. A reposição dos dois cartuchos (10 ml o preto e 8 ml o colorido), fica em torno de R$ 130,00. Daí, você vende a sua impressora semi-nova, sem os cartuchos, por uns R$ 90,00 (para vender rápido). Junta mais R$ 80,00, e compra uma nova impressora e com cartuchos originais de fábrica.


Para piorar, de uns tempos para cá os fabricantes passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta(mantendo o preço). Um cartucho HP, com 10 ml de tinta custa R$ 55,99. Isso dá R$ 5,59 por mililitro. Só para comparação, a Champagne Veuve Clicquot City Travelle da foto custa R$ 1,29 por ml. Além disso, as impressoras HP 1410, HP J3680 e HP 3920, que usam os cartuchos HP 21 e 22, estão vindo somente com 5 ml de tinta! A Lexmark vende um cartucho para a linha de impressoras X com 5,5 ml de tinta colorida, por R$ 75,00. Fazendo as contas: 1.000 ml / 5,5 ml = 181 cartuchos a R$ 75,00 = R$ 13.575,00. Isso mesmo, R$ 13.575,00, por um litro de tinta colorida.


Com este valor, podemos comprar, aproximadamente:

- 300 gr de OURO;
- 3 TVs de Plasma de 42';
- 1 UNO Mille 2003;- 45 impressoras que utilizam este cartucho;
- 4 notebooks;
- 8 Micros Intel com 256 MB.


Conclusão: mais do que nunca evite imprimir...as florestas, o planeta e o seu bolso, agradecem!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

[PLANETA] Produtos Eco-Inamistosos nem chegam à gôndola


Quem me conhece sabe que não acredito no consumidor como mola-mestra para a adoção da responsabilidade socioambiental pelas empresas. Para mim o papel de corrigir os impactos dos produtos tem que ser do fabricante, e o de “editar” as gôndolas para nós, dos varejistas. Por um motivo simples: nós consumidores NÃO TEMOS condição de resgatar toda a cadeia produtiva de cada item que colocamos no carrinho de compras. É um levantamento demorado, complexo e o máximo que podemos checar é se existe um selo/certificação/tabela qualquer validando a correção ecológica do produto. Isso se a gente enxergá-los, o que é mais provável não acontecer (por razões cognitivas amplamente estudadas pela sociologia e comunicação).

Já elogiei num artigo anterior (16/06/09) o avanço que representou a adesão dos maiores varejistas do país (Wal-Mart, Pão de Açúcar e Carrefour, depois seguidos pela ABRAS), aos Pactos da Carne e da Soja. O golpe de misericórdia foi o estudo do Greenpeace “A Farra do Boi”, levantando toda a cadeia produtiva da carne e a relação direta dela com o desmatamento da Amazônia, instrumentalizando as empresas com fatos, para fazerem exigências aos fornecedores de carne, ração e produtos afins. Resultado: no dia 05 de outubro, com a presença do Governador do Mato Grosso e o maior plantador de soja do mundo, Blairo Maggi, foi assinado em São Paulo o Protocolo de Moratória da Carne. Nele, grandes frigoríficos como JBS Friboi, Marfrig e Bertin se comprometem a não comprar mais carne oriunda de desmatamento ou área de preservação. Mato Grosso abriga o maior rebanho bovino do país (mais de 28 milhões de cabeças, chegando a 30 milhões em 2010). Então é isso: se o varejista fecha suas portas aos eco-inamistosos de toda espécie, os fornecedores/fabricantes vão ser obrigados a se mexer.

A sustentabilidade passa necessariamente pela inovação – o novo desafio é fazer diferente, menos nocivo e de melhor qualidade, como já percebeu a indústria de eletrônicos, que avança a passos largos. E o Governo vai começar a obrigar a consideração dos custos sócio-ambientais nos balanços financeiros e no preço dos produtos (Lei do Berço ao Túmulo, taxação das emissões de CO2 e por aí vai...)

E que papel cabe a nós, os clientes?

1) mudar nossa postura de desperdício (reciclar, reutilizar, reformar)
2) adotar a cultura do “chic simple” (valorizar menos embalagens, menos frufrus, refil)
3) usar os objetos até o limite de sua vida útil efetiva (incorporar o vintage, o imperfeito, o objeto carregado de simbolismo e história)
4) empoderar as ONGs para fazerem estudos como os do Greenpeace e denunciarem as empresas alienadas
5) desconfiar de preços excessivamente baixos (quando a esmola é muita...)
6) preferir “experiências” (fruição; processo dinâmico) em detrimento de “objetos” (posse; circunstância estática)
Do jeito que vamos, onde até já estamos até "consumindo gente" (mas isto é assunto para outro post futuro), não iremos chegar muito longe.