Ártico

quinta-feira, 16 de abril de 2009

[DIGITAL] Envolver-se e monitorar a Web 2.0 é nova obrigação corporativa

(Contribuição de Marcos Aurélio Belle, ex-aluno de Campinas, que mandou link da McKinsey, e artigo da AdAge publicado na MMbymail)

A pesquisa anual que a McKinsey faz com executivos americanos sobre o uso corporativo das ferramentas da Web 2.0, aponta que a grande maioria das empresas(94%) ainda explora mais o uso interno - endomarketing, gestão do conhecimento e treinamento - e quando usa para se relacionar com consumidores (87%) o objetivo é atendimento ao cliente e conquista de novos usuários. A participação colaborativa dos clientes nos processos de confecção de produtos e como fonte de inovação só é praticada por metade delas.



Do mix de ferramentas disponíveis mostradas no gráfico, são usados em média de 2 a 3 tipos por empresa. A mais usada (58%) são os websites, com suas funcionalidades de transações e fornecimento de informação, seguido das redes sociais (32%), blogs (31%) e wikis (26%). As maiores barreiras para o sucesso têm sido a dificuldade de medir o retorno financeiro e o baixo incentivo que as companhias dão a funcionários e clientes para aderirem. As mais bem sucedidas são as que criam um pacote amplo de ferramentas integradas às rotinas dos usuários e estruturas dentro da organização para gerenciar os esforços de modo sistemático. Quem não vê resultados é porque não adotou nada disso, e está deixando sua reputação correr grandes riscos nesse ambiente virtual irreversível. Porém, 60% já declara estar aumentando seus investimentos e se reestruturando para esse novo ambiente.

Um exemplo recente foi o escândalo envolvendo a Amazon, flagrada por blogueiros e integrantes de redes sociais ao retirar de seu catálogo livros e filmes com temática gay escritos por James Baldwin, Gore Vidal, Jeanette Winterson etc. A empresa falhou duplamente: monitorar 24 h por dia/7 dias na semana o que falam sobre ela na web e responder rapidamente às denúncias, que justificou como falha técnica depois de um silêncio de dois dias. A informação se alastrou no fim de semana feito fogo pelo Twitter com tags como #amazonfail e #glitchmyass (falha técnica o caramba!).

Segundo a AdAge, "Nesta era de comunicação instantânea, nenhuma empresa pode parar de prestar atenção ao que estão falando sobre ela na internet. Uma piada de blogueiros diz que eles podem causar diversos problemas nas finais de semana, já que as grandes empresas não monitoram suas marcas neste período."

Para ver a pesquisa completa com gráficos detalhados, entre em http://www.mckinseyquarterly.com/Business_Technology/BT_Strategy/Building_the_Web_20_Enterprise_McKinsey_Global_Survey_2174, se cadastrando gratuitamente no site da McKinsey.

[PLANETA] O mito do Carbono Neutro


Meu papel aqui é desmistificar, dar a famosa “pilulinha vermelha” para vocês verem o outro lado da Matrix. Assim, tropecei com o livro “The Carbon Neutral Myth: Offset indulgences for your climate sin” de Kevin Smith, que defende com fatos uma tese interessante: assim como a Igreja vendia indulgências na Idade Média, o mercado de carbon offsets (ou neutralização de carbono) está se transformando em algo semelhante, com as empresas comprando o direito de poluir ao invés de investir em medidas efetivas de redução das emissões – perseguir o carbono zero. Veja bem: não emitir CO2 é diferente de compensar emissões plantando mudas de árvores ou outras providências, que apaziguam as empresas com seus acionistas e consumidores e enriquecem os agentes intermediadores, mas podem gerar graves desequilíbrios sociais que ficam escondidos.

O grupo Coldplay, através da Carbon Neutral Company (CNC), neutralizou as emissões da produção e distribuição de seu álbum em 2002 com a plantação de 10.000 mudas de manga em Karnataka/Índia, que iriam gerar sustento para a comunidade local. Fãs também foram encorajados a comprar mudas que levariam seu nome. Resultado: sem fertilizantes, dinheiro e água para os agricultores manterem as mudas, a maioria delas morreu. Rolling Stones, U2, Brad Pitt & Angelina Jolie são outras celebridades que frequentemente se engajam em projetos “furados”, crentes que estão ajudando, mas no fundo desviando a atenção da opinião pública dos resultados desastrosos.

A British Airways e a British Gas ganharam créditos de carbono por um projeto de eficiência energética numa favela da Cidade do Cabo/África do Sul, onde os habitantes receberam lâmpadas econômicas, mal tendo renda para se sustentar e consumo que gerasse efetivo desequilíbrio ecológico. Na região de Elgon/Uganda, atividades tradicionais como criação de gado e extração de lenha foram tornadas ilegais para dar lugar a plantações que interessavam a projetos de neutralização, gerando êxodo da comunidade local.

Se quiser saber mais, o livro tem download em www.carbontradewatch.org

[CHAMADA GERAL] SE CADASTREM EM 2 CLICKS !

Caros,

A comunidade do Amor ao Planeta já soma 3.000 pessoas, uma rede super qualificada com MBAs, empresários e associados do Ethos, que pode proporcionar trocas e oportunidades muito interessantes.

Atualmente mandamos os posts manualmente para 80 grupos diferentes, mas com tantos novos entrantes esse trabalho está ficando insano – são em média 8 posts/mês = disparar 640 e-mails !!!!

A partir de 01/Junho planejamos deixar o envio dos posts por conta dos feeds automáticos do Google. Assim, se você está gostando do blog, quer ampliar o seu network, ver e ser visto dentro da comunidade, peço que se cadastre em apenas 2 clicks facílimos: entre em http://amoraoplaneta.blogspot.com e na barra lateral esquerda clique “acompanhar este blog”. Pronto !

Desta forma, descontos e oportunidades de eventos, empregos e cursos que só coloco no blog mas não tenho mandado por email poderão ser vistos por todos.

Ajudem a gente a fazer um blog melhor, mais ágil e mais útil. Cadastre-se já !

Abs,
Patrícia

[PLANETA] Código Catarinense é um retrocesso

A amiga Karla Leite, engenheira de solos que trabalha com barragens, coincidentemente mandou matéria publicada no Diário Catarinense - uma entrevista com o biólogo Lauro Bacca sobre o novo Código Ambiental local que diz: "Isso é corrupção. Esse código é um retrocesso". Um assunto eminentemente técnico sendo discutido por políticos, que mais parece uma lei agrícola que ambiental, beneficiando os empresários do agronegócio. Senão vejamos abaixo algumas pérolas.

- desprezou as recomendações de um grupo multidisciplinar que trabalhava desde 2007
- preserva áreas acima de 1,8 mil metros de altitude, que quase inexistem no estado
- ignora mangues e restingas - patrimônios nacionais -, nascentes e encostas inclinadas
- permite pegar a compensação ambiental prevista em lei de 2% sobre o valor da obra de barragens e destinar a outros fins não-ambientais (êpa, sabe-se lá quais...)
- diminui de 30 para 5 metros a área de preservação nas margens de rios

Depois fica todo mundo inundado e não sabe porque. A natureza é um sistema vivo que infelizmente não vota, não negocia e não perdoa. Ela silenciosamente revida os abusos com toda a violência que possui, sem escolher culpados ou inocentes. Todo mundo paga a conta igual.

terça-feira, 14 de abril de 2009

[PLANETA] Todos ou alguns ?



Estou em Itajaí/SC e um dos destaques de primeira página dos jornais locais é a nova Legislação Ambiental aprovada pelo Governo do Estado Sta.Catarina que libera para exploração agrícola áreas vetadas pelo Código Ambiental Federal, como matas ciliares de rios. A justificativa é de que as enchentes do ano passado inutilizaram várias propriedades rurais e os pequenos produtores precisam expandir sua área cultivável para essas zonas anteriormente proibidas, sob risco de haver uma falência geral no sistema social catarinense.

A reação do Ministro Carlos Minc foi taxativa: o Ibama tem ordens de seguir o Código federal e se necessário prender os infratores. O precedente é grave, porque abre jurisprudência para cada estado legislar de forma independente, sabe-se lá com que limites (ou falta deles) e a serviço de interesses locais em detrimento de nacionais. No passado essa independência funcionou às avessas: o CONAMA liberou o plantio dos transgênicos no país, mas estados como o Paraná vetaram até a passagem de cargas com sementes transgênicas por seu território.

Conciliar os interesses de todos os stakeholders é sempre difícil e polêmico, porque fatalmente alguém vê seus objetivos frustrados. Porém, o papel do Governo Federal é de proteger a coletividade e pensar estrategicamente a longo prazo, e Estados com interesses particulares, muitas vezes clientelistas de oligarquias ou com finalidades eleitoreiras, podem criar brechas com consequências irreversíveis quando se trata de meio-ambiente. A crise na comunidade agrícola catarinense é real, mas tem que haver uma solução que não repita o modelo desenvolvimentista insustentável, predatório e imediatista cuja conta ambiental já nos atinge e estamos deixando para as futuras gerações pagarem.

[PLANETA] Quem é quem dos eco-amigáveis tecnológicos



Olha aí como se posicionam as empresas segundo o ranking de Green IT do Greenpeace, que mostrei em post de 16/fev/2009. O celular da Motorola W233 que mencionei, feito de plástico reciclado PCM, extraído de garrafas PET, persegue o título de Carbono Neutro. A Samsung chega no segundo semestre de 2009 com o Blue Earth, que tem tela sensível ao toque, é recarregável por painel solar na parte traseira do aparelho, também em PET reciclado e é livre de substâncias tóxicas como berílio. Tela brilhante, duração de energia e bluetooth podem ser ajustados para economia, no menu chamado “eco mode”. Há também a função “eco walk”, que calcula quantas emissões de CO2 podem ser reduzidas (e quantas árvores serão poupadas) pela caminhada, ao invés do uso do carro.



[PLANETA] COMO SE NEUTRALIZA UM EVENTO?


É cada vez mais frequente lermos que um determinado evento (congresso, curso, show ou tournée musical) teve suas emissões neutralizadas. Mas na prática como isso é feito?

Pode-se minimizar este processo por meio de algumas iniciativas. Uma delas é o reflorestamento - as árvores capturam o CO2 através da fotossíntese e liberam oxigênio para a atmosfera. O trabalho começa com um relatório que quantifica os gases de efeito estufa em CO2 equivalente emitidos pelo evento, usando a metodologia mais consagrada mundialmente: o GHG Protocol, desenvolvida pelo World Business Council on Sustainable Development (WBCSD) e o World Resources Institute (WRI).

Depois, é determinado o número de árvores que deverão ser plantadas para “sequestrar” esse volume de CO2. Por exemplo, a brasileira Ecosfera 21 tem parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, que usa mudas de espécies nativas, em áreas que contribuem para a conservação de água e aumento da biodiversidade. A MaxAmbiental forneceu o selo Carbono Neutro para show do Jota Quest, equipes no Iron Man, stands na APAS, o "Simplicity Event" da Philips etc.

Ainda podem ser adotadas medidas de economia de energia e uso de materiais reciclados ou recicláveis durante o evento, e promovida coleta seletiva de lixo. Ao invés de distribuir apostilas em papel, usar CD-roms ou disponibilizar os conteúdos via web. Que tal um pendrive como brinde patrocinado que pode ser espetado num terminal para pegar as cópias das palestras, ou já vir com elas gravadas? Espaços físicos com luz natural, coffee-breaks com comida mais saudável para os participantes (frutas, orgânicos, cereais, chás) ao invés de frituras saturadas, e organização de transfers coletivos em rotas pré-divulgadas para estimular os participantes a deixarem os carros em casa.

Mas há quem diga que a neutralização do carbono é um mito, e pode facilmente se transformar num greenwash (ver post de 09/out/2008). Vou falar mais extensamente sobre isso num próximo post.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

[DIGITAL] Mercadaço: Os Blogs e os Virais


Foto: T-mobile flash mob na Liverpool Station/jan 2009

É sempre bom entender melhor como funcionam os esforços no novo mundo da mídia digital. Dos filmes virais postados no YouTube já fazem história casos como Dove “Evolução da Beleza”, o flash mob “T-Mobile Dance: Life's for sharing” e “I’m a PC”. Mas há vários casos de fracasso também. O número mágico para indicar que uma campanha deu certo é 1 milhão de acessos. As bem sucedidas quebram essa barreira nas primeiras semanas, quando acontece 35% do total de acessos, fase inicial de crescimento. Depois vem uma fase de 2 semanas de transição, quando a audiência cresce 20% por semana para filmes vitoriosos e fracassados, daí a importância da fase inicial. Finalmente, as campanhas tendem a entrar numa constante, crescendo 10% ou menos por semana.

A solução: 1) usar sites que tenham tudo a ver com o target pretendido; 2) buscar profundidade, ou seja, ao invés de pulverizar, selecionar até 5 sites e reforçar com mídia paga e divulgação na imprensa, blogs e redes sociais até emplacar nos rankings dos “mais assistidos”; 3) criar buzz com conteúdos que deixam as pessoas se perguntando “como isso foi feito?” e “isso é real?”.

Quanto aos blogs, vem chumbo por aí: a Federal Trade Comission nos EUA, para desagrado até das agências publicitárias que acham a medida prematura, quer regulamentar as menções a marcas e produtos, responsabilizando blogueiros e anunciantes por falsas declarações e opiniões favoráveis ou não a respeito deles. Também pudera: as mídias de relacionamento digital em 2007 receberam US$ 1,35 bi em investimentos de anunciantes e isso deve subir para US$ 3,7 bi até 2011 (dados da Word of Mouth Marketing Association).

sexta-feira, 3 de abril de 2009

[PLANETA] INTERCÂMBIO ENTRE JOVENS E ANTIGAS LIDERANÇAS PELA SUSTENTABILIDADE



Por iniciativa da CONAJE, o 1º. Seminário RENOVAR – Sustentabilidade & Responsabilidade, que acontece dias 21 e 22/maio/2009 no Rio de Janeiro, irá reunir jovens empresários, estudantes e profissionais de todo o país em torno de quatro grandes eixos temáticos, apresentados por importantes lideranças políticas e empresariais:

Sustentabilidade e Responsabilidade Social
o Sustentabilidade
o Resp. Social Corporativa
o Diálogo e Gestão de Conflitos

Ecologia Urbana
o Gestão do Lixo
o Plano Diretor
o Construção Civil

Energia
o Créditos de Carbono
o Energias Renováveis
o Eficiência Energética

Projetos Sustentáveis
o Casos da Iniciativa Jovem
o Projetos da Marinha, DIS, Educacena e Endeavour


O objetivo é disseminar a idéia da Sustentabilidade e formar alianças inter-setoriais que se traduzam em providências concretas, através da troca de experiências e networking. Por isso, projetos de ONGs, do Endeavour, do Instituto Geração e da Iniciativa Jovem/Coppead estarão sendo apresentados junto com as diversas palestras de representantes da Prefeitura, Ministério do Meio-Ambiente, FIRJAN, SINDUSCON, Aspásia Camargo, Fernando Gabeira, Carlos Minc, Haroldo Lemos e grandes empresas envolvidas nos temas, como Petrobrás, Odebrecht, EcoSecurities e Comlurb, entre outros. Confira a programação no site do evento (www.conaje.com.br/renovar).

Totalmente coerente com a proposta, o seminário terá suas emissões de carbono neutralizadas pela Ecosfera 21. O local: auditório da Associação Comercial do Rio de Janeiro, na Rua da Candelária, 09 – Centro.

O AMOR AO PLANETA APOIA O FÓRUM E É RESPONSÁVEL POR EDITAR TODOS OS INFORMATIVOS ELETRÔNICOS PRÉ-EVENTO.

[PLANETA] MUITO TRABALHO RUMO A UM RIO DE JANEIRO SUSTENTÁVEL


A Vereadora Aspásia Camargo adiantou com exclusividade algumas idéias que vai tratar em sua palestra “Cidades Sustentáveis e o Plano Diretor” no 1º. Seminário RENOVAR – Sustentabilidade & Responsabilidade promovido pela CONAJE ( Conselho Nacional de Jovens Empresários) e apoiado por este blog, que está editando todos os informativos eletrônicos pré-evento.

O que é, afinal, uma Cidade Sustentável?

É a que consegue desenvolvimento econômico e prosperidade em harmonia com a justiça social e preservação ambiental. Uma cidade que consegue resolver o problema, ao invés de acumular os problemas que não são resolvidos.

Que exemplos temos hoje de cidades sustentáveis no mundo?

As cidades são grandes buracos negros carregados de "entopia", leia-se desordem crescente. Mas algumas merecem destaque, principalmente as cidades nórdicas, como Estocolmo, Oslo e Copenhagen. São cidades avançadas em práticas previstas na Agenda 21, como energia renovável, tratamento e reciclagem do lixo. As pequenas e médias cidades são, em geral, exemplos ideais de sustentabilidade.

Que novas demandas devem ser incorporadas num novo Plano Diretor da cidade, em comparação com o anterior?

O último Plano Diretor do Rio data de 1992 e sua revisão deveria ter sido feita em 2002, logo estamos bastante atrasados. Precisamos de crescimento com inovação tecnológica, já que a cidade se encontra em processo de grave decadência nas áreas de habitação, transporte, desemprego, violência e favelização. O plano anterior não tratou os temas com a gravidade que o problema merece. Também a proteção dos recursos naturais, especialmente os corpos d'água, hoje, inteiramente poluídos, como a Baía de Guanabara, as lagoas da Barra da Tijuca e os rios que desaguam na baía.

O conceito de Sustentabilidade se baseia no trinômio meio ambiente-social-econômico. Como conciliar uma cidade sustentável com tantos problemas sociais de fundo (pobreza, violência, crime organizado, carência de educação fundamental) que assolam o Rio?

Os problemas sociais são apenas consequência de uma grave decadência econômica e da incapacidade de gestão para resolver as questões de saúde e educação. Afinal, temos uma rede de hospitais invejável, comparando-a com o resto do país, e uma tradição educacional que vem se perdendo.

Em ordem de importância, resuma em 4 pontos essenciais de que dependerá transformar o Rio numa cidade sustentável.

1) Atrair novas empresas, com tecnologia de ponta e ambientalmente corretas.
2) Melhorar a gestão de escolas, hospitais, delegacias e da Guarda Municipal. Investir em governança.
3) Preservar a paisagem e os recursos naturais.
4) Oferecer opções de moradia e de transporte.

O Fórum RENOVAR acontece dias 21 e 22/maio/2009 no Rio de Janeiro (R. da Candelária 9, Centro) e irá reunir jovens empresários, estudantes e profissionais de todo o país em torno de quatro grandes eixos temáticos, apresentados por importantes lideranças políticas e empresariais: Sustentabilidade e Resp. Social, Energia, Espaço Urbano e Projetos Sustentáveis. Mais informações em www.conaje.com.br/renovar.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

[SOCIAL] O problema e a solução da crise americana passam pela ética, diz especialista de Harvard


Laura Nash estava numa posição confortável para falar da crise dos EUA no seminário “Ética Empresarial” (FIRJAN/PUC/AMCHAM) – além de professora de Harvard e autora de vários livros, ela tinha um fundo de Hedge, o Piper Cove Asset Management em Boston. Em sua opinião, o problema e a solução da crise passam pela questão da Ética.

O Problema
Segundo ela, a “tempestade perfeita” se formou por uma combinação de sistemas de controle fracos (menos restrições para o crédito, juros baixos e falta de vigilância) + Agentes econômicos acelerados (Internet ampliou quantidade e velocidade das transações, dificultando o controle; pontocom fizeram dinheiro fácil e rápido; novos ricos consumiam exageradamente) + Problema Ético (ganância, maior tomada de riscos, crença em soluções de gênio e inovações financeiras, democratização da casa própria, o “sonho americano”).

A felicidade com a casa própria e os ganhos altos com financistas “confiáveis” como Madoff (que na verdade usava esquema de pirâmide) fez consumidores e investidores ignorarem comportamentos irrealistas, governo e analistas não se darem ao trabalho de precificar os ativos podres (já que estavam faturando, com taxas, impostos e bônus). Criou-se uma cultura contagiosa do “eu primeiro”, dos bônus ganhos mesmo diante do fracasso, de arrogância/egotrips, de infalibilidade – se você é rico, só pode ser genial. Enquanto isso, 40% dos financiamentos imobiliários estavam fora do sistema bancário – logo, dos mecanismos de controle ! O mercado foi se auto-consumindo, não havia vigilância, desconfiança, responsabilidade. Resultado: o PIB dos EUA deve encolher 3% e arrastar o mundo para média 0,5 a 1,5% de queda. Em NY, como 1 em cada 4 empregos é ligado ao setor financeiro, setores como o comércio foram afetados. Os empréstimos subprime representam 60% das execuções hipotecárias, com retomada das moradias.

A Solução
1) Mudar a cultura – os valores éticos ajudarão a sair da crise
2) Vigiar e desconfiar, sempre ! Os mercados são cíclicos, não se iludir com ganhos fáceis e rápidos.
3) Repensar o significado de sucesso x fracasso
4) Se auto-impor limites, ser realista, não se julgar infalível, domar a ganância, dosar a ambição. Ganância vicia e é contagiosa (até conservadores começaram a ter mania de grandeza)
5) Ser um cidadão responsável e solidário, sem egotrips.

Cronologia da Crise

2000-2001 – Bolha da Nasdaq, Enron, Worldcom, Tycom

15-17/set – colapso da AIG e auxílio-resgate do governo; Lehmann Brothers falido; Meryll Lynch tem preju de US$ 8 bi e é comprada pelo Bank of América

11/out – DOW tem maior alta em 1 único dia após a pior semana de sua história e intervenção do governo (alta volatilidade do merc. financeiro)

28/nov – EUA declaram oficialmente a recessão, com US$ 1 tri de empréstimos podres, DOW a -33,5 e MSCI Brasil a -27%.