Ártico

segunda-feira, 23 de março de 2009

[MARCA] A revolução da Biomimética


Se é verdade que “a natureza é sábia”, então o caminho mais rápido e eficiente para inovações radicais é observar e adaptar seus processos mais inteligentes à criação e produção de materiais e à organização das relações corporativas. Essa é a proposta da Biomimética (bios = vida, mímesis = imitação), que já vem sendo aplicada ao desenvolvimento de materiais e gestão de empresas, usando a natureza como um “laboratório” eficiente e gratuito que já testou suas soluções ao longo de milhões de anos de tentativa e erro.

Quer exemplos ? O velcro veio da observação de George de Mestral sobre os carrapichos de grama agarrados ao pelo do seu cachorro, idem os solados de doc-sides usados por velejadores, inspirados nas ranhuras da pata de um cão. O laboratório Sandia/USA pesquisa baratear a osmose reversa que consome muita energia imitando a eficiência das células humanas para dessalinizar água. Michael Pheps se avantajou nas piscinas olímpicas graças à roupa com tecido de baixo atrito que imitava a pele dos peixes. A Airbus aplicou uma lâmina sobre as asas dos aviões que imita a pele do tubarão, ganhando economia de combustível e redução de atrito. A canadense Nexia, introduziu um gene de aranhas em vacas e ovelhas e, do leite resultante, sintetiza uma fibra tão forte quanto a teia de aranha e dez vezes mais resistente que o aço. A Mercedes-Benz prepara um carro biônico, leve e ultra-resistente, inspirado na aerodinâmica e estrutura de escamas hexagonais do peixe-cofre. As empresas se organizam em redes que imitam estruturas fractais, como a Genolyptus (que envolve a Embrapa e indústrias de celulose) ou o Projeto Genoma Humano, que acelerou a decodificação do DNA através de uma imensa teia colaborativa mundial.

Em tempos de sustentabilidade, cabe mudar o pensamento empresarial e científico: não mais o que podemos extrair da natureza, mas sim o que ela pode nos ensinar com seus modelos geniais.

UM AMANTE DO PLANETA

FIZ QUESTÃO DE COMPARTILHAR COM VOCÊS O BONITO E-MAIL QUE RECEBI DE UM EX-ALUNO, CARLOS MOSSMAN.
COMPLEMENTO COM O FELIZ SLOGAN DE UM ANÚNCIO DO BRADESCO:
"DO PONTO DE VISTA DO PLANETA, NÃO EXISTE COMO JOGAR LIXO FORA. PORQUE NÃO EXISTE 'FORA'."

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From: Carlos Mosmann
To: Amor ao Planeta 2
Sent: Saturday, March 21, 2009 12:48 AM
Subject: Os 3 Rs e um novo Capitalismo


Patrícia,
Fui gentilmente convidado e consenti receber a leitura de seu blog de braços abertos, baseado na expectativa de ter sido seu aluno e no compartilhamento da mesma necessidade de fazer alguma coisa para mudar o descaso com que tratamos nossos recursos, que é finito. Essa palavra é cruel, humilha e anula o que pensamos ser a razão da nossa existência: reproduzir (espécie, valores) e produzir (riquezas). Pra quê? Onde queremos chegar? Minha modestíssima existência ainda não foi capaz de compreender totalmente porque vivemos mecanicamente, achando que a árvore derrubada no quintal alheio não nos afeta !

Se resolvi escrever é porque de alguma forma a sua voz ecoou, e claro, é por isso mesmo o motivo que te faz teclar para todos, para muitos, para quem quer que esteja atento e alerta para o que ainda vem por aí. Bravo !

Mas não quero só ficar na retórica do discurso. Sou bastante angajado no sentido de preservar o legado que vou deixar. Sou pai de duas riquezas que crescem com o fortúnio de ter alguém ao seu lado que se preocupa com o que o futuro os espera. Mas cada vez mais, e no preciosismo dos detalhes cotidianos, é que me encontro na missão de fazer a minha parte. Invisto tempo em explicar-lhes a importância de selecionar o lixo doméstico, mostrando como se faz e para onde vai cada matéria; instigo a nobreza e o senso de preservação ao recomendar que anualmente separem seus brinquedos desprezados para juntos ofertarmos às comunidades carentes mantidas por suas escolas particulares limpas e ordenadas.
No trabalho, fiquei muito feliz ao saber que uma funcionária do staff teve a iniciativa de montar uma caixa coletora de pilhas, baterias e celulares inoperantes, à partir de um convênio com um banco que instituiu uma campanha limpa. Claro que aderi com meus apetrechos velhos, e foi um alívio poder saber o destino que eu poderia dar a eles.

Li no jornal sobre o lançamento da Motorola, e instantaneamente pensei o quanto ainda preciso me educar para me desfazer dos atuais Ipods, N95s, Desktops, notebooks, como pessoa física e jurídica e realmente pensar em não destruir o meu chão. Tudo parece tão distante, tão irreal e tão desconfortável, que é bastante simples olhar pro lado e fingir que isso nunca irá me afetar. E aí?? Levará tempo, tudo é processo, mas concordo que o Eco-Capitalismo não permitirá opção de escolha.

Perdoe-me pelo longo texto, mas ele é fruto da sua teimosia (surda?) para acordar e educar um monte de gente que vive em estado letárgico, incapaz de enxergar o dedão do pé, o que dirá da consequência do ato de jogar uma pet de H2O no asfalto ou um singelo papel de bala Juquinha no meio-fio? Sou do tempo em que guardava o dito papel no bolso até chegar em casa pra jogar no lixo, e o que me enfurece é que não foi nem preciso meus pais me obrigarem a isso. Pergunto de novo: e aí???

Olha, é uma delícia receber sua palavra e ficar antenado. Acima de tudo, me dá a conciência que não posso nada sozinho, não sou nada sozinho.
Sou inscrito no Amigos da escola, trabalho voluntário que vc seguramente conhece, apoiado pala Unicef e Rede Globo, entre outros. Interrompi minha contribuição para fazer o MBA, e na volta me dedicarei à saúde e qualidade de vida, que é minha área profissional. Tenho certeza que você me ajudará muito.

Conte comigo.
Um abraço,
Carlos Mosmann - FGV/GE 57 - Botafogo
skype: cmosmann
"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". - Fernando Pessoa, em "A Tabacaria".

sexta-feira, 20 de março de 2009

[SOCIAL] Quem semeia monstros, colhe monstros !


Alguns setores aparentemente “inocentes” estão sob fogo cruzado de ativistas, e com razão. As empresas de videogames parecem ir na contramão da responsabilidade social, lançando jogos absurdamente deseducativos. Não fosse suficiente o Playstation GTA da Sony, agora vem o Rapelay da Illusion, que já foi barrado na Amazon e deve ser proibido em vários países, porque transforma estupro e pedofilia em diversão juvenil.

No GTA o jogador é um marginal, que faz pontos à medida que explode viaturas e assassina policiais, rouba e mata cidadãos. No Rapelay o objetivo é bolinar e estuprar uma mulher e suas duas filhas, e depois fazê-las abortar. O ataque sexual pode ser de um ou mais jogadores com a mesma vítima simultaneamente, ou seja, estupro coletivo. Ah, dirão alguns, mas existe porque vende, porque tem adeptos. Livre arbítrio uma ova, são pessoas em formação!

Não estou ingenuamente fazendo manifesto anti-violência. As crianças da minha época também brincavam de guerra, de batalhas espaciais e agente secreto, para extravasar a agressividade, a energia e a criatividade. O problema é que antigamente o jogador era o mocinho contra o mal, agora os vilões viraram os protagonistas ou têm mais poderes porque – como me disse um sobrinho - “não têm escrúpulos”. Será que não existem temas suficientemente lucrativos e excitantes em enredos bem engendrados sem que se precise apelar para a barbárie, estimular e banalizar junto a crianças e jovens, como se fosse um jogo sem maiores conseqüências, o que existe de pior no ser humano? É isso que queremos da sociedade do futuro? Empresas de games semeando Josephs Fritzls, serial killers, Fernandinhos Beira-Mar? Denuncie, pressione e boicote, que essas empresas merecem. A criançada é sem noção, embarca achando que é tudo normal e lá na frente estaremos vivendo numa selva sem respeito nem limites éticos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

[PLANETA] Participe, se puder

Esta é uma boa oportunidade para inscrever algum trabalho acadêmico (TCC) que tenha realizado na área de Responsabilidade Socioambiental ou para alguma ONG (leia o regulamento no hotsite do prêmio em www.premioethosvalor.org.br). Seguramente lhe trará visibilidade e para a empresa abordada também.

sexta-feira, 13 de março de 2009

[MARCA] Desconto exclusivo para a comunidade do Amor ao Planeta




Evento inédito, “um convite à ampliação da consciência com relação ao papel e o lugar de cada um na imensa e complexa teia que compõe o mercado de Comunicação e Marketing” o SEMINÁRIO DE MARKETING E SUSTENTABILIDADE acontece dias 2 e 3 de junho na Fecomercio/SP, criado pela Uno Marketing e com uma estrutura de palestras super inovadora. O evento se divide em 4 blocos e traz um timaço de palestrantes, muitos deles ícones nos seus setores: altos executivos de empresas, jornalistas, filósofos, feras da propaganda, branding e marketing digital, diretores de ONGs, escritores e acadêmicos - entre no site http://www.unomarketing.com.br/conceito.php e confira por si mesmo.

A Uno Marketing topou conceder 50% de desconto (R$ 750,00 preço total) para a comunidade de MBAs que integram o Amor ao Planeta, que serão classificados como “estudantes”, porém as vagas são limitadas, até porque o evento está com grande procura. Quem quiser me mande um email que encaminho o formulário para preencher.

Os 4 blocos do evento são:

EU INTERIOR – desenvolvimento pessoal, auto-conhecimento, consciência e psicologia (processos criativos, comunicação responsável)

NÓS INTERIOR – moda, consumo, mídia, qualidade e estilos de vida, valores culturais e cultura organizacional

EU EXTERIOR – tecnologia, neurociências e biotecnologia (Geração Y, cybercultura, convergência, novas mídias)

NÓS EXTERIOR – responsabilidade social, meio-ambiente, terceiro setor, mobilização, participação e liderança.

Paralelo ao seminário haverá uma feira com amostras de tecnologias, processos e campanhas de marketing digital/sustentável.

quarta-feira, 11 de março de 2009

[PLANETA] Os 3 Rs e um novo Capitalismo


Não adianta inventar: o modelo capitalista é suportado pelo ato de consumir. Se paramos de comprar/usar bens a roda para de girar e tomba. O problema desse modelo é que ele extrai insumos de um ambiente com limites – a natureza. Alguns se renovam (plantas, animais), outros não (água, minerais). O caminho para a sustentabilidade é irreal quando pede aos seres humanos para frear o consumo, pois dessa forma haverá demissões, falências, perda de bem-estar e renda girando no sistema, como já estamos assistindo na bolha econômica atual. O caminho viável é repensar o nosso comportamento de consumo e inovar no modelo de produção. Aplicar os sábios Reutilizar, Reciclar, Reformar, eliminando os desperdícios que fazem do consumo algo predatório para o planeta.

Ao invés de inventar máquinas mais poderosas para agilizar a produção (veja o impressionante filme abaixo), buscar formas inovadoras de reaproveitar materiais, como o celular W233 Renew da Motorola feito de PET ou as construções eco-eficientes. É claro que a pobre natureza não dá conta de se recuperar nessa alucinante velocidade ! É preciso usar os bens até o limite de sua vida útil, criando um mercado de reformas e consertos, não essa loucura de que sai mais barato comprar um novo do que recuperar o velho – vale para sofás, aparelhos eletro-eletrônicos, pessoas que guardam seus celulares velhos ao invés de mandar para postos de coleta que encaminham à reciclagem e por aí vai.

O Brasil está radiante com suas reservas de petróleo pré-sal num momento em que o mundo inteiro usa toda a sua inventividade para criar uma economia de baixo carbono. Quem deveria estar feliz são a Bolívia, Chile e Argentina, que tem as maiores reservas de lítio do mundo, usados em todas as baterias das geringonças que compramos. Recurso finito também, e com uma geopolítica complicadíssima... Enquanto isso inventores, empresários e corporações perseguem tecnologias verdes, energias limpas, novos materiais, produtos modulares, paradigmas inteiramente novos que podem futuramente deixar as bombas de gasolina às moscas (veja post sobre o carro movido a ar...). Definitivamente, um neo-capitalismo é premente. Vou chamar de Eco-Capitalismo, em que o termo ecologia não trata de meio-ambiente, mas da natureza no sentido mais amplo – a natureza somos nós.

LINK - http://www.youtube.com/watch?v=6WwPHeM5ltI ou no blog:

[DIGITAL] Já estás por dentro da Web 3.0 ?


Você provavelmente como eu mal tinha começado a digerir a Web 2.0 e já vem aí a versão 3.0. A diferença entre ambas é o que me proponho a explicar, depois que vi Tim Berners-Lee, inventor da world wide web dando palestra sobre o assunto na última Campus Party.

O termo Web 2.0 foi inventado pela O’Reilly Media/EUA em 2004 para batizar conferências sobre a web pós-bolha da Nasdaq (falência de várias .com) onde se percebeu que as empresas sobreviventes tinham uma característica comum: tratavam a web como plataforma baseada em redes sociais e fruto de uma inteligência coletiva, com aplicativos que se tornam melhores quanto mais são usados pelas pessoas e poderosos mecanismos de busca. Uma das regras que Tim O’Reilly propunha era o “beta perpétuo”, softwares que estão em permanente aprimoramento e aplicativos repousados na rede, e não nos hardwares de usuários ou corporações, com códigos abertos e programação modular para quem quiser colaborar (“The Network is the Computer” diz a Sun Microsystems). Os softwares não são mais vendidos como pacotes fechados, mas serviços mensais. O mesmo aconteceu com os conteúdos (a Consumer Generated Media-CGM): agora todo mundo cria, contribui e compartilha fotos, mp3, artigos, filmes, notícias, críticas em blogs, fotologs, wikis, jornais online, fóruns etc, apoiadas por licenças que liberam os direitos autorais como Creative Commons. A velocidade com que a tecnologia e conteúdos da rede avançaram nesse modelo é visível.

A Web 3.0, ou web semântica, foi termo inventado pelo jornalista do NYTimes John Markoff, prevista para ser a nova geração que chegará em 5 a 10 anos. Será a organização e uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento já existente na web, onde ela se transforma de rede em uma gigantesca base de dados auto-organizados por programas que usam raciocínio semântico. Você faz uma pergunta ao site e ele traz informações mais inteligentes e eficientes, e mesmo que não se lembre de um termo específico, por dedução o programa encontra a info. Ex: “filmes com aquela atriz americana que tem um bocão e um monte de filhos” (você já sacou que é a Angelina Jolie, o site de busca fará o mesmo). Tim Berners-Lee está de cabeça nesses estudos, então é coisa para levar a sério. A Puc-Rio desenvolve projeto para o nosso idioma.

terça-feira, 3 de março de 2009

[ÊPA] Você sabe de onde vem a palavra SHIT ?


Essa foi boa, mandada pelo meu amigo Cristóvão Pereira (blog Pensando): nos séculos 16 e 17 era comum navios transportarem estrume para servir de fertilizante. Para diminuir o peso, eles eram secados e estocados no porão. Mas o contato com a água do mar fazia o estrume produzir gás metano, e muitos navios explodiram quando marinheiros desavisados desceram ao porão com um lampião.

Por causa disso, ao descobrirem a causa dos acidentes, todo estrume embarcado ia embalado com o selo "Ship High in Transit"(acondicione no alto durante o transporte), para evitar o contato com a água. O nome pegou, e todo mundo passou a se referir ao estrume como SHIT.