Ártico

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

[PLANETA] Concreto translúcido

Na linha das construções ecologicamente corretas, a empresa LiTraCon lançou o concreto translúcido, feito de 95% de concreto e 5% de fibra ótica, invenção do húngaro Áron Losonczi. Com isso, a luz natural pode passar através das paredes das áreas comuns de um ambiente, economizando energia. Na Suécia já é usado em quebra-molas, com luzes LED de baixo consumo embutidas para sinalização. Custo: por enquanto, o dobro do concreto comum - 1.000 euros/m2.

Os decoradores e arquitetos estão animados. Se quer saber as outras loucuras que estão a caminho, dê uma olhada também nos posts Arquitetura Dinâmica e Eco-Cidade flutuante em junho.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

[PLANETA] ONGs são inimigas do Capitalismo ?


O governo federal criou novas regras para controlar as ações das ONGs, devido a problemas como fraudes, ameaças à soberania nacional, biopirataria e radicalismo. Isso incluirá recadastrar todas as organizações, limitar a entrada e atividades de estrangeiros em áreas de reserva ambiental e indígena (especialmente na Amazônia), criar um “disque-denúncia”, cobrar prestação de contas, proibir a compra de imóveis rurais por estrangeiros, criar um banco de dados único sobre ONGs que recebem verbas públicas (em 2007 foram R$ 3,3 bilhões) e proibir repasses para as administradas por parentes até 2º. grau de políticos, membros do Min. Público e TCU.

Desde os anos 90 o Governo vem “terceirizando” suas tarefas com ONGs e em mais da metade delas houve desvio de verbas, que chega a R$ 80 milhões. O empresário sueco Johan Eliasch comprou com sua ONG e investidores internacionais uma área na Amazônia maior do que o estado de SP a título de preservação. A Arkhos Biotech veiculou campanha sugerindo a compra da floresta que “pertence ao mundo” porque não estaríamos à altura da tarefa de conservá-la (veja em http://br.youtube.com/watch?v=qGpVgfrYlXU). Enquanto isso, muitas grandes empresas já tiveram projetos bloqueados por ONGs, mesmo comprovando que iriam mitigar posteriormente os danos causados por suas atividades de alto impacto ambiental. Embora um tanto fascistas, há dois livros da série “Máfia Verde” que aprofundam melhor o assunto.
Mais infos sobre novas legislações ambientais do governo nos posts "Reservas Indígenas podem ser Internacionalizadas" (ago), "Agora degradou, pagou" (jul) e "Crédito só para quem é sustentável" (ago)

[PLANETA] Como consertar o Capitalismo


O título não é meu, mas de artigo de Bill Gates no NY Times. “O capitalismo melhorou a vida de milhões de pessoas, mas deixou bilhões fora do sistema”. Como ter uma postura eco-consciente se o capitalismo é sustentado pelo consumo? E como você vai saber se o processo que fabricou e distribuiu um produto é sustentável?

Aí entram as ONGs – ou Terceiro Setor – com um poderio nunca antes imaginado em cima das empresas e milhares de oportunidades de inovação em gestão e empregos. Já se fala numa revolução tal como foi o crescimento do Estado no fim do século 19. O Terceiro Setor mundial movimenta mais que o PIB do Brasil e seria a 8ª.economia do planeta. As cifras são bilionárias. Sobra capital, mas falta gestão. Os salários já são acima da média nacional, quase iguais ao setor privado e a quantidade de empregos o triplo do setor público federal. Veja os números impressionantes desse setor:

Faturamento Mundial = R$ 3,1 trilhões (o PIB/Brasil é R$ 1,3 trilhões).
No Brasil = 5% do PIB
Origem dos recursos = 14% governo, 17% empresas privadas, 69% venda de produtos e serviços próprios
Crescimento = 300% de 1996 a 2005, em 2008 devem passar de 400.000 ONGs (57 por dia).
Folha de Pagamentos = R$ 35 bilhões/mês
Áreas que melhor remuneram = 1º) Educação e Pesquisa, 2º) Meio Ambiente, 3º) Cultura e Lazer, 4º) Saúde, 5º) Defesa de Direitos

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

[PLANETA] Reservas Indígenas podem ser internacionalizadas


Está publicado no Jornal do Senado Brasileiro: "Visita do observador das Nações Unidas para a questão indígena, o norte-americano James Anaya, atenta contra a soberania do país, avalia Mozarildo Cavalcanti. De acordo com o senador, Anaya analisará a situação dos índios nas reservas Raposa Serra do Sol (Roraima) e Dourados (Mato Grosso do Sul). Estamos à beira da ONU declarar aquela reserva, na fronteira com a Venezuela, um país autônomo." Para Jefferson Praia, os senadores dos estados da região amazônica devem propor soluções para o desenvolvimento sustentável e fazer valer sua força no Senado.


Anaya vai avaliar experiências indígenas negativas e positivas do país, com foco em dois pontos críticos como a reserva em Roraima, alvo de disputa entre índios, que querem expulsar os não índios e os plantadores de arroz, que por sua vez desejam a demarcação em ilhas e não em área contínua, de modo a não perderem suas propriedades.


fontes: blog PENSANDO do Prof. Cristóvão Pereira e http://www.maracaju.news.com.br/geral/view.htm?id=106404&ca_id=15)

[MARCA] Como a China produziu um atleta-ídolo internacional


O gigante jogador de basquete Yao Ming (que hoje joga nos Rockets da liga NBA/EUA), é fruto da decisão do Partido Comunista chinês de cruzar o maior jogador masculino (2,01 m) com a maior jogadora feminina (1,90 m) . O casal ingressou nesse esporte e se casou pressionado pelo governo por serem altos. Assim se produziu um atleta que treina basquete desde criança, foi estimulado com suplementos alimentares para crescer o máximo, tornou-se o maior ídolo esportivo da China numa cuidadosa campanha política de inseri-lo na NBA para ganhar visibilidade internacional. Está tudo no livro "Operation Yao Ming", publicado pelo Penguin Group e escrito pela jornalista Brook Larmer.

[SOCIAL] Por que o Brasil vai tão mal em Pequim?


Conversando com uma amiga que é jogadora profissional de vôlei de praia sobre nossos resultados desanimadores nas Olimpíadas (227 atletas, a maior delegação até hoje), ela me dizia que nos EUA todo atleta é obrigado a estudar - há gente cursando até Medicina - e a universidade trata de acomodar os horários para viabilizar a agenda. O nadador medalhista de ouro César Cielo mora em treina em Auburn, onde cursa Administração.


A formação profissional e o acompanhamento de uma equipe de nutricionistas e preparadores é uma segurança extra numa carreira que geralmente acaba cedo e que consegue no exterior patrocínios de longo prazo, diferente do Brasil onde os patrocínios são de apenas 1 ano. Após uma medalha, o atleta tem no máximo aquele ano para usufruir de prêmios em dinheiro, cachês de propaganda e licenciamento de produtos. A sonhada independência financeira não vem tão fácil. Não é à toa que chegam às competições com os nervos em frangalhos, como se viu no "festival" de lágrimas ou tombos em todas as modalidades. Ser atleta profissional do Brasil é tarefa realmente hercúlea. Some-se um sistema educacional que não oferece boa infra esportiva e pais sem condição financeira de apoiar com mensalidades e equipamentos a vocação do jovem (viram que muitos dos atletas vinham do Clube Pinheiros, de classe média alta em SP?), e temos aí a explicação para o desempenho pífio em Pequim.

[ÉTICA] Olimpíadas de Pequim: é tudo só fachada...


É mais que "maquiagem", trata-se de uma cirurgia plástica !! Então a bonequinha chinesa que cantou na festa de abertura foi dublada pela menina dona da bela voz, porém escondida por ser feiosa. As crianças de todas as 56 etnias da China que desfilaram na verdade eram da mesma, a etnia majoritaria Han. Os fogos em formato de pés eram imagens pré-gravadas. O acrobata-animador que durante o intervalo do jogo de basquete caiu de cabeça no chão foi retirado do estádio e ninguém mais soube seu paradeiro. As ginastas de 16 anos pareciam meninas de 12.

Enquanto isso no Tibet monges, jornalistas e professores universitários desaparecem, são presos e torturados e as mulheres esterilizadas à força e a frio. Um fabuloso documentário da produtora inglesa True Vision, que está sendo exibido pelo canal GNT, conseguiu entrevistas chocantes (e secretas) com ex-torturados e parentes das vítimas desse genocídio cultural que está sendo promovido nos bastidores, enquanto nas Olimpíadas tudo é beleza, luz e tecnologia. O que revelam é estarrecedor. Leia mais entrando no link http://www.truevisiontv.com/tibet/index.htm.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

[PLANETA] Olimpíada Eco-suja


A China bem que tentou minimizar os problemas ambientais que poderiam vitimar ou chocar os turistas durante os Jogos Olímpicos. Pequim e Xangai são cidades sem cor, mal se vê a lua sob a névoa de gases, o sol fica uma bola vermelha, as roupas e cabelos enchem de fuligem, os olhos ardem, os chineses tossem e cospem frequentemente. Apesar de terem sido criativos na "maquiagem", os números impressionam.


Os danos ambientais consomem 5,8% do PIB segundo o Banco Mundial; 90% das florestas não existem mais, 75% dos rios estão poluídos, 28% do território virou deserto. A emissão de CO2 no ar é de 5,2 milhões de toneladas, triplo do Brasil.

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

80% da eletricidade chinesa vem da queima de carvão, a maioria das fábricas não tem filtro nas chaminés, as emissões dos escapamentos de caminhões supera 130 vezes o permitido na Europa e o gás sulfúrico emitido pelos carros vira chuva ácida sobre países vizinhos (Coréia, Japão). A China é o 2o. maior emissor mundial de gases de efeito estufa (17,5% do CO2). A produção de arroz (35% da produção mundial) e a queima de carvão mineral emitem o metano, 20 vezes mais poluente que o CO2. O Banco Mundial estima a morte de 400.000 chineses/ano devido á poluição.

ÁGUA
O país tem 1/5 da população do mundo e só 7% das reservas de água limpa. São 500 milhões de chineses sem acesso a água potável. A água contaminada por lixo causa câncer pulmonar e intestinal, maior causa de morte do país. É tanto esgoto que os treinos olímpicos de esportes aquáticos foram interrompidos por excesso de algas. Só 26% dos esgotos urbanos são tratados.

LIXO
70% da produção mundial de lixo eletrônico fica na china (500 toneladas/ano), como sucatas tóxicas - o e-waste.

A "MAQUIAGEM"
O governo mandou bombardear nuvens com iodeto de prata para fazer chover e limpar um pouco o céu. Desviou água dos camponeses para Pequim, evitando racionamento e falta, pois as delegações olímpicas vão aumentar o consumo em 30%. Plantou 60 milhões de mudas de flores e criou uma floresta de 530 mil árvores próximo dos estádios. Mandou parar a construção civil, algumas fábricas e tirou de circulação 1 milhão de carros. Depois dos jogos, o que vai acontecer é questão de pressão dos militantes locais, da opinião pública internacional e do governo chinês.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

[DIGITAIS] Informar agora está nas mãos do leitor


A imprensa já foi chamada de “4º poder”. Quando apenas três agências (e todas elas de países hegemônicos) são responsáveis por abastecer de notícias os veículos de mídia do mundo todo, faz sentido o desabafo do jornalista Ignácio Ramonet no seminário do Observatório Nacional de Mídia em 2007: "Não se trata mais de oferecer informações aos cidadãos, mas de vender cidadãos aos anunciantes". Todo veículo é uma empresa com fins comerciais e ideologia. A isenção sobre o que e como noticiar dependerá da ética de cada empresa. Me lembro de uma campanha formidável da WBrasil para a Folha de SP: “Você pode dizer um monte de mentiras falando só a verdade”, baseada nos discursos nacionalistas de Hitler e seus números lindos sobre a prosperidade alemã.

Porém, o jornalismo participativo está mudando isso - os próprios cidadãos enviam fotos, filmes e escrevem reportagens, que são postadas nas edições online dos veículos, com uma capacidade de captação de informações muitíssimo maior do que qualquer equipe de redação teria. Além disso, blogs e fotologs proliferam no ambiente da web, onde discussões entre formadores de opinião e completos anônimos abastecem qualquer pessoa de fatos, versões, opiniões e discussões, abertas a todos. Sem contar as comunidades contra ou a favor desta ou daquela empresa. O blog de um especialista famoso ou uma divulgação viral e espontânea tem um poder de marketing muito mais contundente que qualquer campanha e pode conquistar leitores fiéis.

(a linda foto é obra de Joe Sorren, disponível em joesorren.com)

[PLANETA] Afinal, falta ou não falta comida no mundo?


No ginásio, estudamos a teoria de Malthus: a população cresceria em progressão geométrica enquanto a comida em progressão aritmética. Ou seja: em algum momento iria faltar comida. Será que a hora chegou? Em 1800 éramos 1 bilhão de humanos, agora já somos 6,6 bilhões e crescendo. A Revolução Verde entre os anos 40 e 60 superou os limites de espaço, melhorando a produtividade agrícola por área plantada (fertilizantes, sementes engenheiradas e agora os transgênicos). A população americana hoje sofre de obesidade. Afinal, falta ou não falta comida?

Veja a conjuntura: em 5 meses o arroz passou de U$ 400 para U$ 1.000/ton. O feijão no Brasil subiu 168% em um ano. A maior parte de terras cultiváveis do planeta já é usada e só sobraram poucas florestas, que vêm sendo derrubadas para pastagens e plantio de grãos (para fazer ração animal e mais recentemente biocombustíveis). À medida que países como Brasil, China e Índia se desenvolvem, a população aumenta o consumo de carne – afinal comer carne sempre foi símbolo de prosperidade. E à medida que aumenta o aquecimento global e sobe o preço do petróleo e do gás buscam-se fontes alternativas de energia (renováveis e limpas), que demandam mais área plantada. Estas, usam fertilizantes que precisam de gás natural para serem fabricados. E de água para a rega, outro recurso finito. Os cientistas afirmam: vai sim faltar comida.

Quer saber mais? Leia o livro “The End of Food” de Paul Roberts (ed. Houghton Mifflin), leia a entrevista de Olivier De Schutter (Relator Especial da ONU para o Direito à Alimentação) na revista Época de 16/06/08 e os posts de junho “O Etanol e a Fome” e “O Etanol e o Brasil” aqui neste blog.
(a linda ilustração é do artista português José Pádua)

[MARCA] O que é uma “Brand Partnership”?


Qual é o novo modelo de negócios possível para quem “fabrica” entretenimento? A falha em responder essa pergunta pegou de surpresa as gravadoras de música, os artistas, as agências de propaganda, as editoras, as produtoras de filmes... Desde que inventaram a Internet, os players digitais portáteis e os gravadores de CD a indústria não teve mais sossego. Em 2003 a Apple lançou o iTunes, em 2006 a Tower Records fechou, a Blockbuster virou apenas um cantinho nas lojas Americanas Express.

Só um exemplo do mundo musical: a venda de discos e videos tende a desaparecer graças a MP3, downloads, programas peer-to-peer (e-Mule, BitTorrent), sites de postagem de vídeos e músicas, muitas vezes reeditados e resampleados pelos próprios consumidores. Os mais espertos se mexeram: Madonna rompeu em 2007 com a Warner Music e assinou parceria de 10 anos com a Live Nation. "O paradigma na indústria da música mudou e como artista e mulher de negócios eu também tinha de mudar” disse ela à imprensa. Isso inclui a exploração comercial da marca da cantora, novos discos, turnês, merchandising, fã clubes, websites, DVDs, programas de TV, filmes e projetos patrocinados. A dupla inglesa Groove Armada lançou seis álbuns pela gravadora Sony BMG, mas após o fim do contrato em 2008 assinou com a... Bacardi ! Com direito a álbum, turnê de shows, uso das músicas em comerciais e da imagem da banda em merchandising. “A Bacardi tem uma longa tradição em fazer festas, e nós também” declararam.

Sting foi pioneiro - em 2000 sua aliança com a Jaguar multiplicou tanto a venda de CDs quanto a de carros, além de ajudar a marca a atingir consumidores mais jovens. Sting bateu seu recorde de cópias (8 milhões de CDs) e a Jaguar quadruplicou suas vendas. Os artistas mantêm a liberdade criativa e a propriedade das músicas, recebem mais verba do que qualquer gravadora estaria disposta a injetar, lucram mais e ampliam sua exposição. Para as marcas, o segredo é a sinergia entre o posicionamento do artista e a identidade da empresa, sem cair na armadilha de interferir na autenticidade do parceiro. (veja mais no post “O que é Dewarismo?” em junho)

domingo, 3 de agosto de 2008

[PLANETA] Crédito só para quem é sustentável


Reproduzo aqui trecho da matéria que saiu no caderno Razão Social em edição do Globo online de 03/ago/08:


"A partir de agora, quem quiser fazer qualquer tipo de negócio com a Caixa Econômica Federal vai ser observado sob a ótica dos cinco princípios norteadores do novo Protocolo Verde que foi assinado hoje pela instituição com mais cinco outros bancos públicos. As linhas de crédito terão que ser concedidas a projetos que financiem o desenvolvimento com sustentabilidade, ou seja, que faça uso sustentável dos recursos naturais e que observam a proteção ambiental. Além disso, serão considerados os impactos e custos socioambientais na gestão de ativos e nas análises de risco de clientes e de projetos de investimento, tendo por base a Política Nacional de Meio Ambiente". O protocolo também usou indicadores do Instituto Ethos para o mercado financeiro.


A Caixa terá ainda produtos de crédito específicos e condições diferenciadas para atividades e ações socioambientais. Em resumo: cada vez fica mais difícil captar dinheiro no mercado financeiro sem responsabilidade corporativa.

[DIGITAIS] Confisco dos seus portáteis

Agora é oficial: o Departamento de Segurança Interna dos EUA está autorizado a confiscar seu notebook e demais dispositivos digitais portáteis quando houver qualquer suspeita de terrorismo ou pedofilia, seja de cidadãos norte-americanos ou estrangeiros que passarem pela imigração nos pontos de entrada do país. Eu já havia abordado o assunto em post de Junho, "Invasão nos seus portáteis". Assim, cuidado com o que você carrega - tanto material que possa ser considerado "suspeito" quanto assuntos confidenciais de sua empresa - e é prudente mandar um backup dos arquivos que vá necessitar para trabalhar no exterior por email ou sites de armazenamento.